Eu tenho saudade de tantas coisas boas e tantas coisas vãs. Por isso descrevo, anoto tudo, assim completo o meu álbum mágico da felicidade...

quinta-feira, 28 de junho de 2007

escrevendo


e as pessoas que gritavam na orla da praia queriam vinganca

e eu gritava por fadiga,

e na sala de visitas os anõezinhos gritavam por televisão

a branca de neve não usa colgate

e não grita de felicidade como dentro das maçãs

como fazia antes de se tornar princesa

ela era veneno...e calculava tudo

e os outros pensavam que ela não blefava

pois era tão menina e ninguém calcularia a dosagem de aleluia

que residia na sua ansiedade

a neve caia em meu coração quando aqueles anõezinhos ferozes

relinchavam lorotas a beira-mar se afogando de vez em quando,só para puxar o saco da Branca

gente...que onda que eu tive de segurar!!!!!

as mentiras da aleluia no seu vão untado de alivio ansioso não podem nos salvar

desse puxassaquismo esotérico

e a gritaria recomecava agora na NASA!

acharam mais um buraco negro!!!

negro como a neve!!!

um complô universal para a angústia conquistar a invenção das religiões!!!

oh , antimatéria que nos espelha nas entranhas do mundo!!!

a música das esferas nos esculacha com sua beleza

a hóstia é uma coisa tão sexual!!!

os anões estão malhando pra caralho!!!

estão fortíssimos agora e...se atiram para os pinos de boliche!!!!

tudo bem,tudo bem...eles ganham a vida assim...eles são uns condenados pelas suas artimanhas

tagarelar é uma forma intensa de meditação!!!!! as músicas das esferas uivam de dor e eu sozinho rechaço todas as oportunidades de continuar tendo um raciocínio linear ; achando graça do estéreo da música das esferas

minhas mensagens vêm como uma emboscada, portanto, não tome cuidado algum!!!

Você vai se foder de qualquer jeito,ah,ah,ah!!!!

e o mais engraçado é que eu tambem!!! eh ,eh,eh!!!!

mais não nos desesperemos....nós vamos chegar lá ,afinal de contas,a divindade é uma exigência daqueles afim de pai.

e assim nós nos tornaremos Aquele a quem tanto procuramos!

nós os anõezinhos seremos Um so na forma de Branca de Neve enveneneda !!

nós seremos a maçã da gravidade que nunca irá cair!!! a maçã da gravidade Zero!!!!

deixaremos de puxar o saco Dela para que, como ela ,reinventemos o universo com mais bôjo

com mais vermelhidão!!! .....e assim as nossas feridas abertas se tranformarão em galáxias alegres a cantar

a música das esferas jamais balbuciará novamente....sera o suave torpor dos intestinos do céu!!

as estrelas estarão em delirio na praia da borda dos mundos e todos os anões(fortissimos) entrarão nela para

fazer uma equipe de water pólo(eles só pensam em esporte)mas a Branca não os deixará em paz

Ela sempre quis que todos se tranformassem num(ou numa) só.

essa coisa compulssiva de ficar malhando pra CARALHO é apenas mais um influxo de compressão universal,

uma espécie de sistema de compressão cósmica que acarretará grandes falcatruas da nossa espécie para transcodificar a Palavra e o Verbo e assim poder já nascer divindade ,fazer a franquia e azucrinar aqueles cagões retardatários que vivem acreditando em nós, eh,eh

só que eles nunca saberão que eu ,voce e todos aqueles anões sacanas somos ,à partir de agora,a gloriosa Branca de Neve

e eles nos imaginam, como um velho patriarca hebreu...

mas isso é porque viram muita televisão e acreditam em tudo que lhes impingem goela abaixo...graças a deus...

mas uma vontade de se multiplicar(ou se estilhaçar,tanto faz)provoca uma tensão dionisíaca nos anões e eles começam a copular freneticamnte em torno da orla da praia ...eles estão se lambendo ritualisticamente...

alguns,devido a excitação sexual,acabam por se afogar e ,imediatamente se transformam em planondinhas...

os sobreviventes eufóricos comecam a pegar jacaré com os anõezinhos afogados

e a Branca fica na praia tocando uma siririca ....ela se excita moinnnnnnnto e provoca com suas secreções vaginais uma contramare que patrocina uma pororoca sem precedentes esmagando todos os anões em seu ventre....

agora eles parecem uns mariscos encrustados na barriga de Branca....rola uma gosma estranhona que escorre entre a as pernas da boneca

e esse suco de anão esmagado é derramado no mar formando um sopão...

agora Branca coloca o sopão numa concha e bebe todos os anões transcodificados....

esse caldo de anão deixa Branca em estado de transe....ela está muito cheirosa e comeca a delirar...

esse seu delirio é tudo o que vivemos hoje,agora e sempre .Nós somos o delirio eterno da Branca de Neve

tudo que vivemos ou imaginamos é subproduto do efeito dessa sopa....

o universo que "existe" é apenas um anseio em meio ao delirio daquela mulher,que somos nós!!!

e assim,nesta imensa precariedade cósmica,pensamos que existimos,numa golada de sopa de anão psicodélico!!!!!



LOBÃO

domingo, 24 de junho de 2007


Aos olhos dos outros um homem é poeta se escreveu um bom poema. Aos seus próprios, só é poeta no momento em que faz a ultima revisão de um novo poema. Um momento antes, era apenas um poeta em potencial, um momento depois, é um homem que parou de escrever poesia, talvez para sempre.






W. H. Auden

sábado, 23 de junho de 2007

Prazeres.

Eu sabia que eles falavam enquanto eu dormia...
Aí ontem, que foi assim tão estranho, acho que eles falaram sobre a grande chance perdida da minha vida, mesmo eu nem acreditando nesse negócio de amor.
Devem ter comentado sobre a minha fragilidade e a minha fraqueza de aceitar ele pra mim quando ele se doava todo. Na verdade eu tive medo. E talvez eles nunca entendam isso...

É que eu gostava de fazer joguinhos, só que tinha medo quando ele me olhava nos olhos e eu podia ver ali o que ele sentia por mim, ele transparecia tudo só por um olhar... A única vez que eu gostava de saber de todos aqueles sentimentos era quando eu olhava pro céu daquela enorme janela do apartamento dele e sabia que ele também me observava... O que eu queria com ele era poder desfrutar de todos os prazeres, como nas vezes em que fotografamos os desenhos do céu deitados de frente pra aquela enorme janela, ou que abadonamos nossos sapatos e andamos descalços pelas ruas...

Ele só precisava de algumas manias pra ser perfeito, ou uns prazeres a mais...
O resto tudo ele já tinha, sorrisos, abraços, canções e, principalmente, me amava...


Aline Fontelli

quinta-feira, 21 de junho de 2007

A história de nós dois.


Era chuva, e fazia três horas que Marília estava sentada na cama, ao lado do telefone. Três eram as opções: Ou ela continuava a esperar aquela miserável daquela ligação, ou ligava para Mark, ou puxava o fio do telefone e o atirava contra a parede. Mas Marília tinha pose, foi até a cozinha olhou as horas e bebeu um copo d'água. Puxou uma cadeira e ligou a televisão. Três minutos depois o telefone iria tocar... Aquele tipo de frio repentino que não chega a ser um susto mas é suficiente pra atrapalhar a calma, tomou Marília de um ímpeto, ela então esperou mais uns dois ou três toques, levantou da cadeira, desligou a tv e foi até o quarto. O telefone para. Marília não acredita. E então a chuva para...

Era chuva, Mark acaba de chegar em casa, joga a mochila em cima da cama, troca as suas roupas molhadas e olha para o telefone por uns quinze segundos. Vai para a sala e senta-se no sofá. Conversa impaciente com sua mãe, assiste um vídeo, olha as horas.. Umas três horas depois volta pro quarto, tira as roupas molhadas da cama, abre a mochila e pega um papel. Ali, em pé, pega o telefone e digita três números... desliga. Dali a três minutos pega novamente o telefone e dessa vez espera chamar, um, dois, três, quatro... cinco toques, desliga. Deita-se no chão e olha pela janela... a chuva parou.

...

Outro dia. Marília pega a bicleta e vai comprar pães. Entra na padaria, sai da padaria, pega a bicicleta... derruba a sacola...

Outro dia. Mark passa em frente à padaria... e beija Marília.

Aline Fontelli

quarta-feira, 20 de junho de 2007

O Circo do palhaço sem futuro



Era uma menina, mas nem gostava tanto de bonecas. Tinha no ar um tom meloso, dramático, melancólico.
Não costumava ser tão percebida, e de repente ela cresceu... Seu josé, quando voltava de uma de suas viajens, sentado na sala reparou uma mulher passar de calcinha e sutiã pela casa. Ele mal sabia quem era ela, mas reconheceu naqueles olhos a sua filha, aquela a quem ele trazia bonecas, enquanto ela só precisava de um beijo e um pouco de amor... E se sentiu um palhaço num circo desgraçado, onde todo aquele espetáculo que um dia teve graça, ficou só no passado e agora ele, só, triste e palhaço, continua se achando há vinte anos atrás sentado naquele tamborete no meio de um palco, sem platéia, sem público mas não vê que a palhaçada um dia passa, e que o circo também muda de espetáculo e de endereço, que o público cresce e a graça toda se perde. E ele ali, que durante toda a sua vida, durante todos os vinte longos anos, foi o único que não teve mundo e nem teve tempo, e agora tinha todo o tempo do mundo pra se perder em solidão. Que agora, quase desconhecido, apenas um velho de mala nas mãos, passava despercebido, e tinha no ar um tom meloso, dramático e melancólico. O palhaço jamais voltaria no tempo e consertaria os erros de um espetáculo de vinte anos atrás...

Aline fontelli

Maria esperança.


Ai meu deus, cadê Maria esperança?

Vem cá esperança, me abraça e me trança

Esperança meu bem, não me deixe, não se vá...

Me traga um chá, me beije, me amasse

Esperança, me canta, me olha

Me dá tua mão, me pega no colo

Esperança se foi

E em meio aos seus papéis

Esperança se perdeu

E esqueceu como é amar

Esperança, querida

Não chore, foi você que ensinou

Que quem espera sempre alcança..

Soneto do desmantelo azul, de Carlos Pena Filho

Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas.

Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.

E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.